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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
CinePasárgada exibe filme O Castelo de Haneke na quinta (10)
Que tal juntar Kafka com Michel Haneke? Seria Haneke o Kafka do cinema contemporâneo? Separados por um século de distância, os dois artistas, um tcheco e outro austríaco, possuem em comum algo que extrapola a questão de utilizarem o alemão como idioma para expressarem suas obras. Na atualidade, eles conquistaram um séquito de seguidores que os coloca no panteão de grandes referências na literatura e no cinema. Mais que isso, ambos narram a estranheza, comungam de uma estética da crueldade. Foi pensando nestas questões que o CinePasárgada exibe nesta quinta-feira, dia 10, às 18h30, o filme O Castelo. Para comentar a obra, a equipe de curadores do cineclube convidou a montadora pernambucana Raphaella Spencer.
Desconhecido do grande público O Castelo é uma produção para televisão e é considerada uma obra limite dentro da trajetória de Haneke, que se comparada a outra adaptação, A professora de piano, traz algumas diferenças. No entanto, o universo kafkiano é transposto pelo diretor de Cachê acentuando de alguma maneira a dimensão político-existencial do personagem K. Há nele como em outros personagens do realizador queridinho de Cannes uma permanente sensação de aprisionamento que somada ao congelamento das emoções, torna-se recorrente no seu estilo, basta percebermos, por exemplo, a sua opção pela montagem elíptica com cortes no meio dos diálogos, o uso singular das paisagens sonoras e a fotografia desbotada com cores lavadas e opacas.
A convidada desta sessão do CinePasárgada, Raphaella Spencer, é montadora de cinema e de vídeos publicitários e integra a equipe de edição da REC Produtores Associados. Atuou como assistente de direção do curta-metragem Nº 27, de Marcelo Lordello e como coordenadora de produção da animação Dia Estrelado de Nara Normande. Realizou no Centro Cinematográfico da Catalunya (Barcelona) o curso de montagem e som.
O CinePasárgada, cineclube do Espaço homônimo, conhecido na cidade como a casa de Manuel Bandeira, ocorre quinzenalmente às quintas-feiras a partir das 18h30. Após as sessões, que são abertas ao público, há sempre um debate com um convidado que conversa com o público sobre o filme e assuntos vinculados à obra.
SERVIÇO:
CinePasárgada
O Castelo (Michel Haneke, 1997)
Debate com Raphaella Spencer
Quinta-feira, dia 10 de janeiro de 2013, às18h30.
Espaço Pasárgada – Rua da União, 263, Boa Vista
Entrada Franca
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
CinePasárgada revisita o sertão e a cidade em Deserto Feliz
As comemorações em torno do centenário do Rei do Baião possibilitam uma série de reflexões acerca do como as artes nos últimos cinquenta anos têm construído um discurso sobre o Sertão e Cidade. Para pensar como o cinema se insere neste processo de representação e dizibilidade destes dois espaços geográficos e existenciais, o CinePasárgada exibe nesta quinta-feira (06) o filme pernambucano Deserto Feliz. A sessão que terá início às 18h30 contará com a presença de Amanda Mansur, assistente de direção do filme.
Deserto Feliz (2007) narra a história de Jéssica que vive numa cidade homônima ao título do filme, localizada no Sertão pernambucano, e que após ser violentada pelo padrasto saí de casa e vai morar no Recife. Na capital envolve-se com a prostituição, com o turismo sexual. A obra revisita sob o olhar autoral de Paulo Caldas espaços privilegiados da representação imagética brasileira, como o Sertão, por exemplo. Expressivamente cada plano apresenta em si a potencialidade dos tempos mortos e de uma mise-en-scène singular.
Amanda Mansur é pesquisadora, autora do livro O novo ciclo do cinema em Pernambuco e trabalha alguns anos com o diretor Paulo Caldas. Além de Deserto Feliz, participou do filme O País do Desejo. Ela também integrou a equipe de Guel Arraes, em "O Bem Amado"; Camilo Cavalcante, em "O Presidente dos Estados Unidos"; Marcelo Lordello, em "Vigias". Paralelamente, desenvolve a atividade acadêmica, lecionando em cursos de graduação em Cinema. Atualmente é doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFPE.
CinePasárgada – Deserto Feliz (Paulo Caldas, 2007)
Debate com Amanda Mansur
Quinta-feira, 06 de dezembro, às 18h30.
Rua da União, 263, Boa Vista
Entrada franca
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Cine Pasárgada apresenta: Verdades e Mentiras de Orson Welles
Na próxima quita-feira, dia 18, às 18:30h, o CinePasárgada
dará prosseguimento às suas atividades com uma sessão especial de Verdades e
Mentira, último filme dirigido, estrelado e escrito pelo lendário Orson Welles.
Sua audaciosa abordagem sobre a natureza ilusória da autoria e da verdade na
arte faz deste filme um dos mais importantes tratados sobre a sua própria
carreira, sempre pautada pela falsificação. Visando otimizar a discussão
levantada pela obra, o Cineclube convida a Prof. Dra. Maria do Carmo Nino para
participar do debate após a sessão, momento já consolidado em seus encontros.
terça-feira, 25 de setembro de 2012
CinePasárga exibe último filme de Antonioni na quinta-feira (04)
Se estivesse vivo Michelangelo Antonioni completaria 100 anos no próximo dia 29. Para celebrar a data e homenagear o cineasta italiano, o CinePasárgada preparou uma sessão especial com a exibição do filme Além das nuvens. O evento gratuito e aberto ao público contará com a presença do psicólogo Marcelo Leite que comentará a obra. A iniciativa ocorrerá na quinta-feira, dia 04 de outubro, às 18h30, no Espaço Pasárgada.
Além das nuvens (1995) é o último longa-metragem dirigido por Antonioni que em função da sua doença dividiu a realização com Wim Wenders. Composta de algumas micro-histórias, todas interligadas pela presença do alter ego do diretor italiano, a produção é uma metanarrativa sobre um cineasta que sai em busca de material criativo para o roteiro de seu novo filme. No caminho, ele testemunha ou participa de encontros nos quais percebe a angústia, a estranheza e a falta de sentido das coisas. As histórias são tiradas de um livro do realizador de Blow Up, Quel Bowling Sul Tevere. No casting John Malkovich, Fanny Ardant, Sophie Morceau e Marcello Mastroianni, entre outros.
O convidado desta sessão do cineclube do Espaço Pasárgada é Marcelo Leite. Além de psicólogo clínico de linha analítica, ele é professor universitário e mestre em Psicologia. Atualmente o debatedor tem realizado pesquisas sobre a relação do cinema com a psicanálise.
O CinePasárgada é um cineclube que ocorre quinzenalmente no Espaço conhecido como a Casa de Manuel Bandeira. Com quase dois anos de existência, a iniciativa que conta com o apoio da Fundarpe, viabiliza sessões em que promove o debate, a formação e a reflexão sobre a sétima arte atraindo pessoas que são apaixonadas pelo cinema.
CinePasárgada – Além das nuvens (Michelangelo Antonioni e Wim Wenders, 1995)
Debate com Marcelo Leite
Quinta-feira, 04 de outubro, às 18h30.
Rua da União, 263, Boa Vista
Entrada franca
terça-feira, 18 de setembro de 2012
CinePasárgada exibe O Beijo da Mulher-Aranha nesta quinta-feira (20)
Nesta quinta-feira, dia 20 de setembro, às 18:30h, o CinePasárgada apresenta O Beijo da Mulher-Aranha (Hector Babenco, BRA/EUA, 1985), em sessão seguida de debate com a presença do Prof. José Jacinto dos Santos, autor do livro O Beijo da Mulher-Aranha: o espaço na narrativa literária e fílmica (Ed. UFPE, 2009). Além da oportunidade de apreciar este importante e premiado filme de nossa história, com William Hurt e Sonia Braga no elenco, o evento propõe um diálogo a respeito da adaptação feita a partir do romance argentino de Manuel Puig, na maneira como a espacialidade recebe tratamentos diferenciados entre a literatura e o cinema.
Os curadores do Cine, Raquel do Monte e Fernando Mendonça, compreendem que a sessão possibilita uma importante reflexão não apenas sobre as linguagens em jogo, mas sobre a cumplicidade que se forma entre obra e público, entre ficção e realidade. As palavras do Prof. Jacinto, na introdução de seu livro — fruto de uma pesquisa feita durante o seu Mestrado em Teoria Literária —, esclarecem: “Quando lemos o livro e assistimos ao filme O Beijo da Mulher-Aranha, permitimo-nos ser deslocados para os espaços da narrativa a fim de que pudéssemos perceber sua profundidade. Nosso corpo passou a estar na obra e alcança-la assim como a veste que nos cobre o corpo. Esta é uma relação de cumplicidade necessária para que a linguagem atue significativamente e, portanto, seja compreendida. Os personagens nos espaços percorridos por eles se fizeram uma verdade para nós leitores ou espectadores no momento de nossa relação com eles. A arte nos chega quando agimos em conjunto com ela, pois bem sabemos que percebê-la é uma questão de ação.”
Serviço
CinePasárgada
O Beijo da Mulher-Aranha (Hector Babenco, 1985)
Quinta-feira, dia 20 de setembro, às 18:30
Espaço Pasárgada — Rua da União, 263 – Boa Vista
3184-3165 / pasargada.fundarpe@gmail.com
Entrada Franca
terça-feira, 11 de setembro de 2012
Paisagem urbana: CinePasárgada exibe filme argentino Medianeras
A configuração da cidade contemporânea e as subjetividades que brotam a partir da paisagem urbana são os pontos de partida do filme Medianeras. A produção argentina será exibida no CinePasárgada na próxima quinta-feira, dia 13, às 18h30. Ao fim da exibição a jornalista e pesquisadora Márcia Laranjeira conversará com o público presente.
Medianeras, lançado na Argentina em 2011 e que teve rápida passagem pelo circuito de exibição no Recife, fala sobre solidão, amores líquidos e realidades mediadas pelos meios de comunicação a partir da observação do cotidiano de dois personagens, Martín e Mariana. A metáfora das janelas serve para ilustrar a relação cidade, experiência estética e o lugar da existência na contemporaneidade.
Para os curadores do CinePasárgada Raquel do Monte e Fernando Mendonça, exibir este filme possibilita refletir sobre a questão do espaço urbano e a relação deste com a nossa percepção sensível. Um outro ponto que eles consideram importante é que esta discussão tem sido presente na vida dos recifenses, visto os constantes debates que a sociedade civil tem articulado sobre o uso e gestão do espaço público na capital pernambucana. Do ponto de vista fílmico, afirmam, a obra dirigida por Gustavo Taretto, apresenta de maneira simples, com uma apresentação da história centrada na voz off e com uma fotografia asséptica, que privilegia os planos em lugares fechados, dando a sensação claustrofóbica. No entanto, os detalhes e os closes reiterados em determinados objetos cênicos e paisagens indicam que há algo que convoca para o extracampo e que continuamente chama o expectador para refletir a partir da imagem cinematográfica sobre a sua própria solidão e seus afetos.
Márcia Laranjeira, convidada do CinePasárgada para esta sessão, é jornalista e atualmente realiza pesquisa em Comunicação na UFPE sobre experiência estética e cidadania. Atua também como pesquisadora e consultora de instituições ligadas ao movimento feminista. Nos últimos tempos, Márcia tem participado ativamente dos debates, atividades e articulações ligados ao movimento de reforma urbana no Recife.
O CinePasárgada, cineclube do Espaço homônimo, conhecido na cidade como a casa de Manuel Bandeira, ocorre quinzenalmente às quintas-feiras a partir das 18h30. Após as sessões, que são abertas ao público, há sempre um debate com um convidado que conversa com o público sobre o filme e assuntos vinculados à obra.
SERVIÇO:
CinePasárgada
Medianeras – Buenos Aires na era do amor virtual (Gustavo Taretto, 2011)
Debate com Márcia Laranjeira
Quinta-feira, dia 13 de setembro, às 18h30.
Espaço Pasárgada – Rua da União, 263, Boa Vista
Entrada Franca
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Filme Inédito de Herzog no Cine Pasárgada!
Nesta
quinta-feira, dia 30, às 18:30h, o Cine Pasárgada exibirá Meu Filho, Olha o Que Fizeste! (EUA/ALE, 2009), uma produção de
David Lynch assinada por Werner Herzog. O filme, inédito no circuito brasileiro
de exibição, foi sonhado por Herzog durante quase 15 anos, a partir de um crime
verídico que lhe inspirou o enredo. Lançado em 2009 como uma sessão surpresa do
Festival de Veneza, segundo os curadores do Cine Pasárgada, o filme tem
potencial para possibilitar um diálogo entre o cinema e outras formas de
representação, como o teatro e a literatura, pela inspiração que busca numa
tragédia de Eurípides. A sessão contará também com um debate realizado por
Fernando Mendonça (que divide a curadoria do evento com Raquel do Monte),
crítico de cinema que participou da recente elaboração de um dossiê sobre
Werner Herzog, para o site Multiplot! (http://multiplotcinema.com.br/).
Um trecho da reflexão de Fernando sobre o filme dá bom indicador do que o Cine
pretende discutir a partir do mesmo:
“Muito adequada a explícita
referência ao Orestes, interpretado pelo protagonista numa peça dentro do
filme, jogo de espelhos, acentuação no caráter labiríntico da loucura, desta
diluição/desintegração interior que o jovem filho atravessa. Mais do que um
exercício de mise en scène, o que vemos nas belas sequências negras,
literalmente mergulhadas em escuridão, do teatro, é um complexo desenvolvimento
de mise en abyme, como raras vezes Herzog terá tão claramente
explorado. Apropriar-se da tragédia grega, como ele aqui o faz, instaura um
abismo que nos permite uma compreensão não só das angústias sofridas por suas
personas — emoções e reações míticas, originadas num estado primitivo do humano
e que para sempre serão universais —, mas que também ilumina um aspecto de seu
trabalho enquanto filmografia, enquanto conjunto de filmes que orientam-se sob
uma espécie de ‘política do trágico’.
É bem verdade que as preocupações
de Herzog no cinema, especialmente estas que encontram no mundo físico um
contraste para o realce do sublime, são constantemente motivadas dentro de um
princípio muito próximo ao da tragédia: exploração subjetiva de indivíduos que
agem no mundo e se transformam independente de sua vontade. Se Meu Filho…
estampa direta e frontalmente tal especularidade, o faz não de maneira leviana,
como para truncar gratuitamente a estrutura do enredo; pelo contrário, encontra
aí uma iluminação de questões que até aqui (em sua carreira) poderiam estar
carentes de embasamento. É porque Herzog assume o trágico que seus filmes
permanecem cristalizados, enigmas que não se rompem ao mero desfecho ou clímax,
e nesse sentido, Meu Filho… torna-se exemplo máximo de uma concepção
muito particular dentro da narrativa contemporânea.”
Crítica completa aqui: http://multiplotcinema.com.br/2012/05/meu-filho-olha-o-que-fizeste-werner-herzog-2009/
SERVIÇO:
CinePasárgada
Meu Filho, Olha
o Que Fizeste! (Werner Herzog, 2009)
Quinta-feira,
dia 30 de agosto, às 18h30.
Espaço Pasárgada
– Rua da União, 263, Boa Vista
Entrada Franca
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